No último sábado, 08 de junho, o Hospital de Base de Rio Preto (HB) sediou um evento para discutir diagnósticos que afligem mais de 72% dos brasileiros, segundo estudos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz): os distúrbios sono. O Simpósio de Aspectos Fisiológicos e Clínicos do Sono promoveu o encontro de 40 profissionais da saúde em 8 palestras, que atualizaram as profissionais em temas relacionados à qualidade do sono, distúrbios mais frequentes e tipos de tratamentos.
Os distúrbios do sono são condições que afetam a qualidade, o tempo e a regularidade do sono, resultando em prejuízos para a saúde e o bem-estar. Eles afetam milhões de pessoas em todo o mundo, e muitas vezes não são diagnosticados ou tratados adequadamente.
“O Simpósio do Sono proporcionou um espaço para troca de informações e experiências entre médicos, pesquisadores e outros especialistas, promovendo o avanço do conhecimento científico e das melhores práticas no diagnóstico e tratamento dos distúrbios do sono e na promoção da melhoria da qualidade de vida daqueles que sofrem com esses distúrbios”, explica Dr. Jorge Fares, diretor executivo da Fundação Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp).
Dr. Ricardo Funes Bastos, neurologista responsável pelo Ambulatório de Epilepsia do Hospital de Base e palestrante do evento, explica que, na maioria das vezes, as causas dos distúrbios do sono são multifatoriais, incluindo predisposições genéticas, doenças sistêmicas, alterações estruturais, obesidade e transtornos psiquiátricos.
“As manifestações mais frentes são dificuldade para pegar no sono, sensação de sono não reparador, sonolência e ou cansaço durante o dia. Outros sintomas como dores no corpo, dor de cabeça, desânimo, esquecimento e roncos, também são muito frequentes”, explica.
Os diagnósticos mais frentes nos consultórios são insônia, apneia obstrutiva do sono, síndrome das pernas inquietas, as parassomias (incluindo sonambulismo, terror noturno, paralisia do sono, etc.) e a Narcolepsia. O neurologista explica que o diagnóstico dessas condições é realizado com base nas informações coletadas durante a anamnese, através da aplicação de questionários específicos e da realização de exames complementares, como a polissonografia.
“O tratamento deve ser individualizado para cada condição. No caso da insônia, a terapia cognitiva comportamental tem um papel importantíssimo e o tratamento medicamentoso deve ser utilizado sempre que necessário. Já no caso da apneia, dependendo da gravidade, pode ser indicado o tratamento com CPAP ou cirurgias para casos mais específicos”, finaliza.
O que fazer para ter uma boa noite de sono?
- Manter um horário regular de sono: Vá para a cama e acorde na mesma hora todos os dias, mesmo nos fins de semana.
- Criar um ambiente propício para o sono: Mantenha o quarto escuro, silencioso e em uma temperatura agradável.
- Limitar o uso de eletrônicos antes de dormir: Evite telas de computadores, smartphones e televisores pelo menos uma hora antes de se deitar.
- Estabelecer uma rotina relaxante: Pratique atividades relaxantes antes de dormir, como ler, tomar um banho morno ou meditar.
- Cuidar da alimentação: Evite refeições pesadas, cafeína e álcool perto da hora de dormir.
- Praticar exercícios regularmente: A atividade física regular ajuda a melhorar a qualidade do sono, mas evite exercícios intensos próximo da hora de dormir.
- Gerenciar o estresse: Técnicas de relaxamento, como respiração profunda, ioga ou ouvir música suave, podem ajudar a reduzir o estresse antes de dormir.
- Evitar cochilos longos durante o dia: Limite os cochilos a 20-30 minutos e evite cochilar no final da tarde.
